Recentemente estive na Polónia onde participei como orador num seminário sobre a gestão de instalações desportivas. Na minha intervenção abordei os modelos de gestão usados em Portugal para este tipo de instalações. Inicialmente tentei fazer um enquadramento a nível das definições de desporto e de recreação na América do Norte e na Europa.
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Relativamente aos modelos mais comuns, usados no nosso país, fiz referência aos diversos tipos de gestão: directa, indirecta, concessões e mista. Na gestão direta os municípios são os gestores das instalações e o staff é constituído por funcionários municipais, na gestão indirecta é feita por uma empresa que administra as instalações, na concessionada o município faz um protocolo com uma colectividade desportiva ou empresa e são eles que tentam rentabilizar a instalação desportiva. Já na mista, por norma, o município em parceria com uma organização desportiva gere as instalações, mas o município fica com as despesas maiores e a entidade desportiva com as operações, as receitas e as despesas menores. Estes tipos de modelos não são perfeitos, mas são os que até agora tem dado melhor resposta na nossa realidade.
No que diz respeito à gestão de instalações por empresas especializadas na área, em Portugal existem ainda muito poucas porque o nosso mercado ainda é pequeno e na maioria dos casos seria quase impossível gerar lucro com a gestão das mesmas.Posto isto, podemos concluir que sem os municípios não haveria quase possibilidade de haver acesso gratuito e a preços reduzidos à prática desportiva.
Escrito originalmente por Paulo Jorge Araújo in Jornal Nordeste em 3 de Abril de 2018
Técnico Superior de Desporto, Licenciado em Ciências do Desporto pelo IPB e Especialista em Gestão Desportiva pela UP
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