terça-feira, 19 de maio de 2020

"The Last Dance"

The ending of The Last Dance. from r/pearljam

Um documentário sobre  Micheal Joardan e a lendária equipa dos Chicago Bulls que dominou a NBA durante os anos 90.

Como dizia Cervantes: "a viagem é melhor do que o fim".

Nos Estados Unidos o documentário "The Last Dance" está disponível na ESPN e no resto do mundo na Netflix.

sábado, 12 de janeiro de 2019

Eurobarómetro 2018



No dia 21 de março de 2018, a Comissão Europeia publicou o Eurobarómetro Especial 472 sobre Desporto e Atividade Física (com dados recolhidos em dezembro de 2017).

No estudo verifica-se que em Portugal 68% da população nunca faz exercício ou desporto, sendo que esta percentagem aumentou em relação aos dados de 2013 em 4%. Globalmente, na União Europeia a 28 países, verifica-se a tendência de continuar a aumentar o número de pessoas que nunca faz exercício ou desporto visto que em 2009 o valor era de 39% e em 2018 o valor é de 46%.

O número de mulheres que nunca pratica qualquer tipo de desporto ou exercício, mesmo que seja raramente é de 78% em Portugal e de 64% na Europa a 28 países.

Dos 32% da população que pratica desporto ou exercício em Portugal, com algum tipo de regularidade ou raramente, 47% deles gostam de o fazer ao ar-livre ou em parques. Portugal segue a tendência dos restantes países da União Europeia onde 40% gosta de praticar atividades num contexto mais “informal” , optando por o fazer ao ar-livre.

A principal razão para as pessoas praticarem desporto ou exercício em Portugal, segundo o Eurobarómetro de 2018, é para melhorar o estado de saúde (51% dos portugueses, sendo que no resto da União Europeia a 28 é de 54%). O estudo diz também que a principal barreira identificada pelos portugueses para não praticar é a falta de tempo, sendo que 43% dos inquiridos deram esta resposta, na União Europeia a mesma resposta foi dada por 40% dos inquiridos.

Relativamente à oferta da possibilidade de prática desportiva, 67% dos portugueses dizem que no local onde moram existe oferta de prática desportiva, na União Europeia a 28 o resultado foi de 74%.

Relativamente à oferta por parte de clubes desportivos ou outros prestadores de serviços desportivos a nível local, 63% dos portugueses tende a concordar que existe oferta local para poderem praticar algum tipo de exercício ou desporto. A média europeia neste indicador é de 73%.

Curiosamente e apesar de vários esforços por parte da Comissão Europeia com a introdução da Semana Europeia do Desporto (desde setembro de 2015) e da campanha “#BeActive”, 39% dos Europeus concorda que as autoridades locais (Municípios, Juntas de Freguesia, etc) ainda não fazem o suficiente relativamente à promoção da atividade física e do desporto junto das populações. Em Portugal este indicador é de 44%.


Fica a questão: estamos a fazer o suficiente para promover a prática do desporto?


Escrito originalmente por Paulo Jorge Araújo no Jornal Nordeste (08/01/2019)

Técnico Superior de Desporto, Licenciado em Ciências do Desporto pelo IPB e Especialista em Gestão Desportiva pela Fade-UP

sábado, 10 de novembro de 2018

Projecto de Reestruturação do Futebol de Formação


Apresentação referente à época desportiva 2014/15 que é uma visão sobre o melhor caminho, naquele que era o contexto local, para o desenvolvimento do Futebol de Formação no Concelho de Mirandela.

Projeto de Reestruturação d... by on Scribd

domingo, 30 de setembro de 2018

De onde veio e para onde vai o desporto transmontano?


O Desporto como nós o conhecemos hoje nasceu em Inglaterra com a Revolução Industrial. Antes disso não existia a chamada “sociedade do tempo-livre”, pois todas as actividades eram geridas de acordo com as horas de sol, sendo que principalmente na agricultura trabalhava-se de sol-a-sol.

Aquela velhinha ideia que o desporto vem desde a Grécia Antiga é um erro histórico grave pois os gregos da antiguidade clássica não praticavam desporto, treinavam e competiam mas o seu objectivo principal era realizar uma preparação para o combate militar. As primeiras provas dos Jogos Pan-helénicos incluíam corridas com equipamentos militares, tais como escudos, espadas e capacetes. Assim sendo, o treino e a competição, eram nada mais nada menos que um meio de preparação militar, que substituía a guerra quando imposta a Trégua Sagrada e que colocava as cidades-estado não a lutar entre si directamente, mas sim indirectamente através da competição nos Jogos Pan-helénicos.

O Barão Pierre de Coubertin achou graça ao que os gregos da antiguidade clássica faziam e basicamente “copiou a ideia”, sendo que as práticas competitivas que ele incluiu nos Jogos Olímpicos eram, em grande parte, algumas das modalidades desportivas que nós conhecemos hoje e assim sendo em 1896 organizou em Atenas a 1ª Olimpíada da era Moderna. 

Existem jornais do início do Século XX que falam de conferências realizadas por “Sportsmen” (aquilo que hoje chamamos vulgarmente de desportistas) em clubes sociais das capitais de distrito do interior do nosso país. Estes clubes eram organizações onde se realizavam bailes, jogava-se às cartas, as elites conviviam e falavam dessa moda que era o “Sport”, que estava muito em voga na Inglaterra. Estas entidades eram, claramente, uma imitação dos clubes de sociedade britânicos e em muitos casos foi ali que se começaram a dar as primeiras aulas de ginástica.

 Os primeiros clubes desportivos surgem em Trás-os-Montes e Alto Douro apenas no início dos anos vinte. Em 1920 é fundado o Sport Clube de Vila Real e em 1926 nasce o Sport Clube de Mirandela. Seja como for estes clubes desportivos transmontanos são fundados com alguns anos de atraso em relação aos primeiros clubes desportivos nacionais. Veja-se os casos do Oporto Cricket and Lawn Tennis Club fundado em 1855, da Real Associação Naval fundada em 1856 e por exemplo do Ginásio Clube Figueirense fundado em 1895. 

Segundo o Professor António José Serôdio da UTAD, no início do século o ciclismo e o boxe eram desportos muito praticados e o futebol pouco tempo depois passou a ser o desporto dominante. Os clubes desportivos surgiram em grande parte dos concelhos transmontanos como forma de contestação ao poder económico, político e cultural que as sedes de distrito representavam em relação a concelhos de menor importância. O clube desportivo e principalmente o futebol era, na época, uma forma de combater e contestar a hegemonia das capitais de distrito. Muitas vezes clubes de concelhos mais pequenos contrataram jogadores do litoral, e até de Espanha, para jogar contra os “opressores”, na época os regulamentos assim o permitiam. Com estas rivalidades surgiram diversas vezes problemas de desordem pública que obrigaram à intervenção da polícia. 

Trás-os-Montes e o Alto Douro sentiram durante muitos anos o fenómeno do êxodo rural e a partir dos anos 80 do século passado esta situação intensificou-se, quer no caso dos retornados de África após o 25 de Abril, quer de outros que já habitavam na região e que tiveram que emigrar ou ir em busca de melhores condições de vida nas cidades do litoral. A situação é grave e entre 2001 e 2014 a região perdeu cerca de 36 000 habitantes, se tivermos em conta que em 2014 o número de idosos já duplicara em relação em relação ao número de crianças entre os 0-14 anos. O cenário é, na minha opinião, negro pois sem pessoas não há desporto e a demografia ilustra bem qual é a força de uma região.

 Nascem cada vez menos crianças, logo na minha perspectiva o desporto competitivo e os clubes desportivos vão passar um mau bocado no futuro, pois não vai haver praticantes jovens suficientes para toda a oferta que existe actualmente e existem mesmo clubes em localidades mais pequenas que vão ter que fechar a porta a médio prazo. Penso que a longo prazo os grandes jogos desportivos colectivos como o futebol de onze vão acabar e em algumas localidades com menos população a tendência será haver desenvolvimento de alguns desportos individuais e da prática do futsal, visto que são necessários menos elementos para fazer uma equipa. 

Posto este cenário, parece-me que a longo prazo quem vai dominar as actividades desportivas em Trás-os-Montes vai ser o segmento dos idosos e dentro destes vão estar em particular destaque os que estão institucionalizados pois esses integram em definitivo a já anteriormente referida “sociedade do tempo-livre”, que nasceu com a Revolução Industrial. 

Escrito por Paulo Jorge Araújo Técnico Superior de Desporto, Licenciado em Ciências do Desporto pelo IPB e Especialista em Gestão Desportiva pela UP.

Publicado originalmente em Jornal Nordeste

domingo, 24 de junho de 2018

Modelos de Gestão de Instalações Desportivas


Recentemente estive na Polónia onde participei como orador num seminário sobre a gestão de instalações desportivas. Na minha intervenção abordei os modelos de gestão usados em Portugal para este tipo de instalações. Inicialmente tentei fazer um enquadramento a nível das definições de desporto e de recreação na América do Norte e na Europa.

Posteriormente, fiz um enquadramento sobre o que nós consideramos ser uma instalação desportiva em Portugal e sobre alguma da legislação sobre a temática das instalações desportivas, sendo que dei destaque às atribuições e competências dos municípios neste domínio.

Relativamente aos modelos mais comuns, usados no nosso país, fiz referência aos diversos tipos de gestão: directa, indirecta, concessões e mista. Na gestão direta os municípios são os gestores das instalações e o staff é constituído por funcionários municipais, na gestão indirecta é feita por uma empresa que administra as instalações, na concessionada o município faz um protocolo com uma colectividade desportiva ou empresa e são eles que tentam rentabilizar a instalação desportiva. Já na mista, por norma, o município em parceria com uma organização desportiva gere as instalações, mas o município fica com as despesas maiores e a entidade desportiva com as operações, as receitas e as despesas menores. Estes tipos de modelos não são perfeitos, mas são os que até agora tem dado melhor resposta na nossa realidade.


No que diz respeito à gestão de instalações por empresas especializadas na área, em Portugal existem ainda muito poucas porque o nosso mercado ainda é pequeno e na maioria dos casos seria quase impossível gerar lucro com a gestão das mesmas.Posto isto, podemos concluir que sem os municípios não haveria quase possibilidade de haver acesso gratuito e a preços reduzidos à prática desportiva.



Escrito originalmente por Paulo Jorge Araújo in Jornal Nordeste em 3 de Abril de 2018

Técnico Superior de Desporto, Licenciado em Ciências do Desporto pelo IPB e Especialista em Gestão Desportiva pela UP